sábado, agosto 13, 2011

Coisas que aprendi com minha mãe

Hoje ouvi a música Mama said, do grupo The Shirelles, e pensei: minha mãe não está aqui pra me dizer nada, mas ela me disse muita coisa nessa vida. Aí vão algumas:
Eu sempre dizia: ah mãe, queria ter vivido nos anos 60, na época da revolução! Ela: pra que minha filha? Eram tempos difíceis, ninguém era livre, qualquer hora podia vir a ditadura em cima de você sem motivo.
Aprendi sobre os festivais de música e a rivalidade entre Sabiá e Pra não dizer que não falei de flores.
E sobre outra rivalidade, no rádio: Marlene e Emilinha. Ela era Emilinha, até colocou uma faixa na famosa cantora quando ela foi visitar sua terra natal, em Sergipe. Eu acho que seria Marlene!
Aprendi a gostar de Roberto Carlos.
Aprendi a ser guerreira e forte como ela (isso ela me disse). Se tivesse um problema, minha mãe não ficava estagnada e dizia. Meu lema é agir. Se algo ruim acontecer, vamos partir para a ação.
Quando eu era pequena, ela sempre me mandava repetir: Adriana não tem medo de nada.
Quando eu não conseguia dormir, ela dizia: pensa que você tá com o corpo todo molinho, bem relaxado, que está com sooono, com muuuuito soooonooo (ela falava pausadamente assim).
E falava comigo sobre religião, sobre Deus, a natureza e o universo. Me ensinou a sempre ter fé em Deus e Nossa Senhora, e que o universo conspira a nosso favor.
E quando ela ficou doente, eu tava planejando ir de férias pra Califórnia. E eu disse que se ela não ficasse boa, eu não ia mais. E ela: aí é que você tem que ir mesmo. Pra espairecer lá.
Quando eu saía, ela dizia: vá minha filha, se divertir, e tente não beber! Se beber, nunca perca sua consciência. Nunca se perca. Nunca se esqueça de quem você é.
Ela também não queria casar novinha. E me disse que fazia eu muito bem em viver minha vida bastante antes de casar. Casou com 29, não tão cedo pra época dela. E foi muito feliz.  Mas nem por isso deixava de dizer: ah, queria que você encontrasse logo um namorado legal!
Falando nisso, ela sabia das figuras que eu conhecia. E como toda mãe, sabia que aquele cara que eu que pensava gostar muito não queria nada sério comigo (talvez ele saiba quem é ao ler isso). rs
Ela tinha uma intuição incrível. Isso não se aprende, mas espero ter herdado!
Aprendi tarô, tricô, pintura, numerologia, astrologia, ponto-de-cruz e tapeçaria...e tantas coisas mais que não cabem em uma nota.
Quanta coisa aprendemos com nossos pais ou nossos irmãos, que muitas vezes não nos damos conta e nem o valor merecido.
Apesar de não poder ouvir os entes queridos que já se foram, ainda podemos senti-los...no vento, no bater das ondas, nos sonhos, num momento difícil, onde menos se esperar...basta ouvir com o coração.

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